quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Dr. House



Há anos venho alardeando aos quatro cantos o quanto gosto da série Dr. House. As vezes com uma ressalva: gosto da série e não de House. Esse é um daqueles personagens densos demais pra gente saber se ama ou odeia, ele é arrogante, sarcástico, imprevisível, infantil mas sempre brilhante.
No episódio 22 da sexta temporada descobriu-se um House extremamente humano. O melhor episódio de todos os tempos, com ele quebrando pia, arracando espelhos e dividido entre a hidrocodona e Cuddy. Esperei ansiosa pela sétima temporada, imaginando uma temporada romântica, House e Cuddy em cenas calientes, brigando e se amando nos quartos vazios do hospital (quase um Grey's Anatomy)
Achei que ele fosse mudar, mas House não tem jeito. Ele até que tentou, mas as vezes tentar não é suficiente.
No episódio 15 da sétima temporada eu finalmente descobri o porque gosto tanto de House mesmo odiando ele. As razões são puramente pessoais, inexplicáveis e complexas, mas segue aqui uma transcrição deste episódio, um dos mais profundos e incríveis que já assisti.
Cuddy descobre um tumor, durante o período em que ela faz uma série de exames House some até que finalmente aparece pra ficar ao lado dela durante a cirurgia. Quando recuperada Cuddy descobre que House precisou tomar hidrocodona pra ficar com ela.
House tenta explicar, disse que tomou porque sentiu medo de perdê-la e é nesse momento que Cuddy consegue dar a melhor explicação sobre House de toda a série.
“Você toma pra não sentir dor. Tudo o que faz é pra não sentir dor. As drogas, o sarcasmo, manter distância para que ninguém o magoe” Ela finaliza: “Quem ama sente dor.”
House tenta argumentar, pede para ela não deixá-lo.
Ela diz: “Você não estava comigo pra valer.”
Ele: “Eu queria estar.”
Ela: “Isso não basta.”

9 comentários:

  1. Bom repetindo pq o outro comentario nao foi: Eu também percebi isso e deduzi que a Cuddy tinha inteira razão no que falava, porém, o "nosso" House, deu uma demonstração inequivoca e unica, de humanidade, fraqueza e acima de tudo, de carinho e amor por ela. "Os brutos também amam..."..rs

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  2. Eu não assisto House, mas confesso que despertou em mim uma grande curiosidade...

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  3. Adorei seu posicionamento. Eu sou um curioso do seriado House. Acho mediano. Mas o personagem Dr.House já acho caricato demais.
    A tentativa de colocar a camada humana neste episódio é uma volta à filosofia oriental da necessidade do sofrimento como parte de nossa evolução como humanos.
    Tudo ou qualquer coisa que remete à fuga da dificuldade ou da dor, cairá, fatalmente, em mais dor e sofrimento.
    Como dizem os orientais "o sofrimento é a semente do conforto".
    E, caricato por caricato, prefiro "the mentalist".

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  4. "Toda dor vem do desejo de não sentirmos dor", disse Renato Russo.

    Nunca vi esse House... mas é inevitavel cruzar com diversos Houses ao longo da vida... e mesmo dentro de nós mesmos...

    Quantas vezes não relutamos em pular na piscina?! (Pre)sentimos a temperatura da água e sofremos, antes mesmo de tentar...

    A vida é assim. House é uma materialização de muitas faces de nossa personalidade e de personagens q se misturam em nossas vidas e nos fazem questionar diversas zonas de conforto.

    Mas isso não basta. Não basta mesmo. É preciso mais que querer. É preciso querer viver e viver.

    É o risco de desabrochar, Sr. Dr. House. #ficaadica

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  5. E eu acrescentaria uma coisa... Quem ama egoicamente sente dor.

    Não há jeito de não passar por isso, primeiro com ego, depois sem ego (se houver treino, meditação por exemplo). Sei que talvez para vc não exista vida sem ego, mas no meu entender é possível.

    Toda nossa dor e miséria é provocada por ele, escafandro distorcedor da realidade. rsrs

    A meditação o dissolve e devolve nossa visão, como fez Jesus Cristo quando curava cegos.

    Mas para começar, primeiro a dor; se você passa daí chega no mar sem sargaço (algas marinhas daqui de Pernambuco). E o banho de mar fica uma delícia. Sei disso porque meu amor hj não dói mais. Ainda tenho um ego, mas ele não me atrapalha tanto, rsrs

    Bjs!

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  6. IMHO, sou muito mais a posição da Scheilla que a Nanda: A dor foi um dos instrumentos fundamentais para que descêssemos das árvores e nos desenvolvêssemos como homo sapiens.
    A dor nos fez o que somos. Não seríamos nada sem a dor. A busca da fuga da dor é o maior obstáculo para o crescimento do homem atual.

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  7. Não consigo compreender o viver e o amar dissociados da dor, e isso não significa que seja ruim, mas apenas difícil...talvez o sensato fosse mesmo fugir da dor, dos relacionamentos, das esferas dos sentimentos...pq viver dói muito, sentir dói muito, mas como disse o velho poeta:
    "quem passou pela vida em brancas nuvens e em plácido repouso adormeceu, quem passou pela vida e não sofreu...foi espectro de homem, não foi homem. Só passou pela vida, não viveu"

    PS! Gosto de assistir House

    Bjks

    Roberta

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  8. Lembrei também de uma fala do Anitelli do Teatro Mágico baseada em trechos de Hermann Hesse e Quintana em que ele fala que a "felicidade bestializa, só o sofrimento humaniza as pessoas"

    ...

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    ...

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