Raquel Rocha
Economista, Comunicóloga, Psicanalista e Especialista em Saúde Mental
Membro da Academia de Letras de Itabuna
Filme estadunidense de 2013. Dirigido por Lee Daniels (que dirigiu
também Preciosa), O Mordomo da Casa Branca é inspirado na vida de Eugene Allen,
que trabalhou como mordomo na Casa Branca por 34 anos, entre 1952 e 1986.
Eugene serviu oito presidentes americanos, entre eles John F. Kennedy, Richard
Nixon e Ronald Reagan.
O longa é protagonizado por Forest Whitaker, ganhador do Oscar por sua
atuação em “O Último Rei da Escócia” de 2006. Forest interpreta o mordomo, que
no filme recebe o nome de Cecil Gaines. A apresentadora e atriz Oprah Winfrey
interpreta Gloria Gaines, esposa de Cecil.
Apesar no filme ser baseado em um personagem real o roteirista se
utilizou de total liberdade de criação para desenvolver um personagem com uma
vida bem diferente da de Eugene Allen. Então assista como uma obra de ficção,
inspirada em pessoas reais e fatos histórico, mas ainda assim uma ficção.
O filme narra quase toda a vida do personagem, começando com ele
menino, um menino negro que cresceu nas plantações de algodão da Geórgia. Ainda
quando garoto viu sua mãe ser estuprada e seu pai ser baleado por um branco.
Após o episódio, a dona da fazendo, mãe do homem que cometeu as
atrocidades, leva o garoto para ser “o negro da casa”. Lá ela o ensina a ter
modos e a servir aos brancos.
Mais tarde, Cecil vai embora da fazenda de algodão em busca de um
emprego na cidade. Se intitula um “negro domesticado” e encontra emprego em um
hotel. Neste hotel Cecil aprende ainda mais sobre a arte de servir e acaba
sendo convidado para ser O Mordomo da Casa Branca.
Cecil finalmente tem um emprego e sua própria família. De dentro da
casa branca, durante 34 anos, ele testemunha eventos importantes do século 20.
Vários presidentes passam e ele acompanha as discussões relacionadas à luta dos
negros por igualdade. Enquanto ele serve o mais alto cargo do poder seu filho
mais velho Louis vai diretamente para as ruas brigar pelos direitos dos negros.
Cecil sente-se culpado pela morte do pai. É o garoto quem cobra que o pai faça algo
quando sua mãe é estuprada e por isso o pai morre. Nesse momento Cecil aprende
a ser submisso, dócil, como se morasse de favor no mundo dos brancos.
O personagem conquista um excelente emprego, está numa posição que ele
jamais sonhou, servindo aos presidentes dos EUA, mas ainda assim conserva seu
ar submisso. E aí nos perguntamos, será que é justamente o seu ar de submissão
que fez com que ele fosse mordomo dos presidentes por tantos anos?
Cecil Gaines aprendeu que não vale a pena lutar, por isso não aceita a
luta do seu filho. Além dos desentendimentos constantes com o filho, Cecil vê
sua esposa Glória cada vez mais infeliz.
O filme se desenrola através de várias sub-tramas: o trabalho de Cecil
Gaines na Casa Branca, seu casamento desgastado, sua relação conturbada com seu
filho Louis, e as transformações sociais que ocorreram no período de tempo
abordado.
O filme faz uma importante passagem por vários movimentos raciais como
os Freedom Riders, um grupo de pessoas que decidiram viajar para o Sul dos
Estados unidos, contrariando as leis de segregação, e por isso sofrendo
humilhações, xingamentos e agressões. Esses ônibus eram chamados de Ônibus da
Liberdade e o filme mostra um desses ônibus sendo queimado.
Encontramos ainda o partido dos Panteras Negras, que tinha como
objetivo proteger os negros dos atos de brutalidade da polícia. Também a ação
da Ku klux Klan no Sul dos Estados Unidos e as marchas de Martin Luther
King. Louis Gaines, filho de Cecil está
presente em todos esses momentos.
O filme perpassa por outros acontecimentos históricos como o
assassinato de John Kennedy e guerra do Vietnã, mas a luta dos negros por seus
direitos civis é o grande destaque do filme.
Gênero: Drama
Direção: Lee Daniels
Roteiro: Danny Strong, Lee Daniels
Elenco: Alan Rickman, Colman Domingo, Cuba Gooding Jr., David Oyelowo, Forest Whitaker, Jane Fonda, Jesse Williams, John Cusack, Liam Neeson, Matthew McConaughey, Mila Kunis, Oprah Winfrey, Terrence Howard
Produção: Hilary Shor, Pamela Oas Williams
Fotografia: Andrew Dunn
Montador: Joe Klotz
Trilha Sonora: Rodrigo Leão
Palavras Chaves: Resumo filme Crítica Resenha Comentário Opinião Citações Diálogos Quotes cinema Oscar Psicanálise
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