segunda-feira, 11 de abril de 2011

O Mito das Cavernas


O mito das Cavernas é uma parábola da obra A República escrita por Platão. Ela conta a história de pessoas que vivem dentro de uma caverna subterrânea desde que nasceram. Estas pessoas estão aprisionadas, com suas pernas e seus pescoços acorrentados de modo que são forçados a ficarem sempre na mesma posição, de costas para a entrada da caverna e olhando para a parede do fundo sem poder nem mesmo girar a cabeça.
Atrás dessas pessoas existe um muro alto e ao longo do mesmo, homens transportam estatuetas, com figuras de seres humanos, animais e outras coisas. Atrás dessas pessoas que transportam as figuras existe uma imensa fogueira cuja luz projeta na parece da caverna (para a qual os prisioneiros estão virados) sombras distorcidas. Como estas pessoas nunca viram as imagens reais elas acreditam que as sombras que vêem são tudo o que existe.
Imaginemos que um desses prisioneiros, tomado pela curiosidade, se liberte. Ao virar-se para a entrada da caverna de onde ele fica totalmente cego pela luminosidade. Aos poucos se acostuma com a luz e começa ver o mundo. Primeiro vê os homens transportando as estatuetas e ao sair da caverna ele enxerga todas as coisas, percebendo que durante toda a sua vida vira apenas as sombras das imagens.
Feliz com a liberdade e por conhecer a própria realidade o homem decide retornar a caverna para contar aos outros o que descobriu e libertá-los também. Já habituado com a luz, o homem tem dificuldades em caminhar de volta pela escuridão e quando volta ao seu grupo não é mais o mesmo, é um ser diferente. O homem conta a todos aos habitantes da caverna o que descobriu, no entanto ninguém acredita nele. As pessoas apontam para as paredes da caverna e afirmam que aquilo que vêem é tudo o que existe. Zombam dele e o matam.
Esta caverna é o próprio mundo em que vivemos, as sombras representa a forma distorcia como nós vemos e sentimos as coisas (sem muita clareza). O prisioneiro é o filósofo, alguém que se liberta do mundo das sombras, descobre a luz, a verdade e passa a ver as coisas como elas realmente são.
Este prisioneiro volta a caverna porque o filósofo anseia que todas as pessoas conheçam a verdade. A morte do prisioneiro é possivelmente uma referência a Sócrates, filósofo do qual Platão foi discípulo e que foi condenado a morte pela assembléia ateniense (habitantes da caverna) por querer mostrar o verdadeiro caminho do conhecimento.

REFERÊNCIAS

ELIADE, M. Aspectos do Mito. Rio de Janeiro: Perspectivas do homem/Edições 70, 1963.

GAARDER, Jostein O Mundo de Sofia, 1991

Um comentário:

  1. Muito bom, Quel!
    Excelente!
    Abraço!
    ps.: compartilhei no FB. rs

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