Resumo do Artigo: A DOR DA PERDA AMOROSA
E A GESTALT-TERAPIA
Autora: Sarah Batista Leite de LimaRevista IGT na Rede, v. 5, nº 9, 2008, p.114-125. ISSN 1807-2526
Para Zinker (2001), o amor tem
significados diferentes em diversos momentos de vida de uma pessoa, porém a
experiência de se apaixonar e a necessidade de fusão continuam sendo um enigma
essencial que não depende das palavras. Há um reconhecimento de que não se é inteiro sem o outro, não se é
pleno em si mesmo, mas também inexiste um reconhecimento do outro como
pessoa inteira.
A separação, para quem vivia uma relação
de amor, assemelha-se a uma mutilação.
Além desse sofrimento, o parceiro que
foi deixado se martiriza, buscando em si mesmo erros e falhas que justifiquem o
término, e nesse momento a culpa passa a ser um sentimento inevitável. Sentir-se culpado é mais tolerável do
que sentir-se rejeitado. Conforme Caridade.
“Saber-se
desejado, importante e significativo para o outro é a maior ânsia humana. O que
se deseja mais intensamente é que o outro nos deseje. Nada alcança maior
importância. Sentir-se objeto de desejo para o outro torna-se grande referência
de saúde emocional nas pessoas” (Caridade (1997, p. 97).
Segundo Caruso (1989), estudar a
separação amorosa significa estudar a presença da morte na vida. É a vivência
da morte do outro na consciência de quem sofre, e o que é narcisicamente mais doloroso para quem sofre: a vivência
da morte dele na consciência do outro.
Caridade (1997) diz que há uma sentença
de dupla morte com a separação. “O
apaixonado sabe que morreu dentro do outro. Tem que aceitar a vivência dessa
morte ao mesmo tempo em que vai lutar
desesperadamente para matar o outro que ficou dentro de si” (Caridade 1997
p. 98).
“A perda é um fantasma que aterroriza os
que se detêm na sua contemplação. Quantos perdem suas posses e junto com elas
também se perdem! Simplesmente por deixarem de ganhar! A perda talvez seja a ameaça mais
angustiante enfrentada pelo ser humano. (Schettini (2000), p.33).
Mas a perda nem sempre é negativa: “Ganha-se não apenas quando se ganha, mas se
ganha também quando se perde. A questão é que, infelizmente, aprendemos a
interpretar a perda sempre como um prejuízo. Quantas perdas são alívio e
descortinamento para visões mais amplas e profundas da vida” (Schettini
(2000)p. 24).
REFERÊNCIAS
Cortez, 1989.
KOVÁCS, M. J. Morte e desenvolvimento humano. São Paulo: Casa do psicólogo,
1992.
SCETTINI , L. F. Amor Perdido de Amor. Recife: Bagaço, 2000.
ZINKER, J. C. A busca da elegância em psicoterapia: uma abordagem gestáltica
com casais, famílias e sistemas íntimos. São Paulo: Summus, 2001.
Palavras Chaves: Psicanálise Análise Terapia Solidão Separação Divórcio
Nenhum comentário:
Postar um comentário