Um dos melhores filmes de Woody Allen, Midnight in Paris é encantador, nostálgico, culto,
irretocável. Um filme que fala diretamente a alma humana, afinal quem nunca
sentiu a estranha sensação de não pertencimento ao seu tempo e espaço? Quem
nunca assistiu a um filme ou leu um livro antigo e não desejou ter vivido
naquela época? Nesse filme Allen, um dos diretores mais psicanalíticos de todos
os tempos, consegue mexer com o inconsciente, suas inquietações e vontades de
forma absurdamente poética.
Gil Pender é um roteirista hollywoodiano frustrado que anseia por
mergulhar fundo na literatura. Ele viaja a Paris com sua noiva e a família dela
mas aos poucos ele vai se distanciando deles e se aproximando cada vez mais da
Paris dos seus sonhos e encontrando assim a oportunidade de entrega total a
grande arte. No filme Wood Allen magicamente conduz seu personagem a Paris do
passado e seu impossível encontro com Pablo Picasso, Salvador Dali, com os
escritores Ernest Hemingway (Por Quem os Sinos Dobram), Scott
Fitzgerald, Gertrud Stein, o músico Cole Porter, o cineasta Luis Buñuel e com
sutis detalhes da arte de cada um.
Um mergulho na história que só seria possível numa cidade como
Paris que preserva seu passado em cada rua, cada esquina, cada tijolo, cada
cheiro No retrocesso tudo muda: os carros, os figurinos, a música. Somente
Paris continua a mesma. Allen consegue transportar o personagem no tempo com
uma sutileza incomum de forma que não causa nenhuma estranheza o personagem
entrar num carro, voltar quase um século atrás e parecer que não tinha como ser
diferente.
Allen e Paris combinam divinamente, em Meia Noite em Paris Allen conseguiu fazer um recorte
estético da cidade luz ainda mais incrível que em Todos Dizem Eu Te Amo. As primeiras cenas do filme constroem
um cartão postal dos lugares mais lindos da capital francesa. Em uma das cenas
o personagem lê num livro “Que Paris exista e que alguém possa escolher viver
em qualquer outra parte do mundo será sempre um mistério para mim.”
A trilha sonora é perfeita, a atuação de Marion Cotillard é
encantadora, aliais tudo no filme se encaixa lindamente. Midnight in Paris é uma celebração à beleza, à
literatura e, sobretudo, à arte de fazer cinema.
P.S- Caso não seja
familiarizado com a obra de Allen sugiro consultar outras fontes antes de assistir
o filme. Esse texto é fruto de uma opinião altamente parcial, escrito por
alguém em estado de graça com total identificação com história, por já ter se
sentido deslocada no tempo e no lugar onde vive, alguém que ama o cinema, ama
Paris e, assim como o personagem do filme, ama a chuva.
Diretor: Woody Allen Elenco:Kurt Fuller, Owen Wilson, Marion Cotillard, Michael Sheen, Tom Hiddleston, Kathy Bates, Rachel McAdams, Gad Elmaleh, Carla Bruni, Nina Arianda, Mimi Kennedy, Corey Stoll, Manu Payet Produção: Letty Aronson, Jaume Roures, Stephen Tenenbaum Roteiro: Woody Allen Fotografia: Darius Khondji Trilha Sonora: Stephane Wrembel
Palavras chaves: crítica resenha opinião comentário filme movie pelicula film filmo Meia noite em Paris
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Simplesmente adoro W.Allen, tenho todos os filmes dele e o primeiro que assisti foi o Dorminhoco, me apaixonei, e venho acompanhando ele desde então.
ResponderExcluirWell written article. Highly recommended.
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