Por Raquel Rocha
Algumas pessoas não
deveriam morrer. Pessoas que dedicam sua vida a fazer o bem, pessoas que
dedicam sua vida ao conhecimento e pessoas que dedicam sua vida à arte. Gabriel
Garcia Márquez se encaixa nesta última.
Cada livro seu era uma verdadeira obra de arte que mudava a nossa forma
de ver e sentir o mundo.
Nasceu no início do
século passado, em 1927 na pequena cidade de Aracataca, Colômbia. Cresceu
ouvindo as histórias do seu avô que havia lutado na Guerra dos Mil Dias. Passou
a juventude mergulhado em livros. Era leitor de Franz Kafka... Mais tarde,
abandonou o curso de Direito para trabalhar como Jornalista.
Publicou seu primeiro
livro "A Revoada (O Enterro do Diabo)" aos 28 anos em 1955. Mas foi 12 anos
depois, em 1967 que se tornou conhecido mundialmente com "Cem Anos de
Solidão". Ganhou o prêmio Nobel de Literatura em 1982 pelo conjunto de sua obra.
Foi traduzido para 36 idiomas com mais de 40 milhões de livros vendido.
Em 2012 seu irmão
anunciou que Gabriel fora diagnosticado com demência e por isso não voltaria a
escrever. Aquela foi a primeira morte do escritor, que diante da impossibilidade
de exercer sua arte deixou um pouco de viver. No entanto, confesso que durante
esses dois anos nutri a esperança de que ele, num surto de lucidez, escrevesse
ainda alguma coisa, um conto, algumas linhas, algumas palavras... E talvez essas
palavras o curassem, porque as palavras são mágicas quando escritas por um
gênio.
Gabriel Garcia Márquez é
um dos responsáveis pela minha adoração a literatura. Li “Cem anos de Solidão” aos 11 anos e fiquei
encantada. Passei noites sem dormir agarrada a “Do Amor e Outros Demônios“, quis me molhar com a chuva de “La Mala Hora”,
me diverti com as Memórias de suas Putas Tristes e “O amor nos Tempos do Cólera”
mudou o meu conceito de amor verdadeiro.
Nesta quinta-feira, 17 de
abril de 2014, aos 87 anos, Gabriel Garcia Marquez morreu em sua casa, na
Cidade do México, onde morou nos últimos 30 anos. Nem depois de ler a notícia
diversas vezes consegui escrever esse texto com os verbos no passado, porque
pessoas como ele nunca vão embora, atingem a imortalidade através de sua obra e
permanecem sempre conosco.
A Saudade, título desse
texto, não é pela sua partida é saudade de tudo que ele poderia ter escrito mas o
tempo não permitiu.
Vai em Paz Gabo.
"Não senti dor nem
medo, mas a emoção arrasadora de ter conseguido viver até ali."
Gabriel Garcia Márquez
Gabriel Garcia Márquez
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